Em palestra ministrada em Atenas, Giorgio Agamben faz uma reflexão sobre os rumos que a democracia vem estabelecendo. Ele começa seu discurso dizendo ser um tanto perturbante falar sobre o fim da democracia no local em que foi seu berço histórico.
Ao comentar sobre o cenário atual europeu, Agamben levanta pontos polêmicos e sugere que o “paradigma governamental dominante na Europa de hoje não só não é democrático como não pode sequer ser considerado político” e ao longo da palestra demonstra que “a sociedade européia já não é uma sociedade política: é algo totalmente novo para o qual nos falta ainda uma terminologia apropriada e para o qual teremos, portanto, de inventar uma nova estratégia.”
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Giorgio diz que desde setembro de 2001 o conceito de “segurança” envolveu todos os âmbitos políticos. Para ele, “a fórmula “por razões de segurança” opera hoje em todos os domínios, da vida quotidiana aos conflitos internacionais, enquanto palavra-chave de imposição de medidas que as pessoas não teriam motivos para aceitar”. Porém a medida de segurança tem cunho emergencial, e no atual contexto, não é o que ocorre, posto que as razões de segurança atualmente são consideradas a tecnologia permanente de governo. Nessa temática, Giorgio ainda afirma que “o governo tende a tomar a forma de um perpétuo golpe de estado. Este paradoxo seria uma descrição precisa do que sucede tanto aqui na Grécia como em Itália, onde governar significa fazer uma série continua de pequenos golpes de estado. O presente governo italiano não é legitimo.”
Para o palestrante, o que ocorre é um processo de despolitização da cidadania. “O estado moderno abandonou o domínio da política e entrou numa terra de ninguém, cuja geografia e fronteiras são ainda desconhecidas. O Estado Securitário, cujo nome parece referir uma ausência de cuidados (securus de sine cura) deverá, pelo contrário, preocupar-nos sobre os perigos que representa para a democracia, porque nele se tornou impossível a vida política, e democracia significa precisamente a possibilidade de uma vida política.”
Giorgio Agamben concluiu seu discurso com o seguinte questionamento: “se o Estado que temos perante nós é o estado securitário que descrevi, temos de repensar novamente as estratégias tradicionais dos conflitos políticos. O que devemos fazer, que estratégia devemos seguir?
Leia a íntegra desta relevante palestra aqui.
Fonte: 5dias.net
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