O sociólogo e Pesquisador titular da Sorbonne, Michel Maffesoli, em entrevista ao jornal Zero Hora durante sua visita à Unisinos, em São Leopoldo, discute as questões da sociedade pós-moderna.
Durante a entrevista, ao ser questionado sobre o sentido das ações violentas durante as manifestações, ele defende que toda manifestação tem caráter violento. A ato de quebrar coisas representa, particularmente para as gerações mais jovens, o sentimento de não-pertencimento à sociedade de consumo em que vivem.
Segundo o sociólogo, na modernidade as organizações políticas eram mais cartesianas, já hoje há a questão do sentimento, da união. Não importa qual a ideia defendida, mas sim o sentimento de “estar junto”. Esse fato é, muitas vezes, de difícil compreensão às elites, pois possuem um pensamento mais pragmático.
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O pesquisador afirma que não há mais uma única opinião pública, mas um mosaico de opiniões públicas contempladas pela internet, que permite que essas opiniões sejam publicadas, ainda que não sejam vistas pela sociedade como a opinião pública.
Ao ser indagado sobre discrepância entre o modo de agir e pensar dos jovens e o sistema educacional, Michel Maffesoli diz que “o sistema educacional é um sistema totalmente apodrecido, que não funciona mais”. Ele afirma que a educação das universidades e instituições é verticalizada. Enquanto que a iniciação é horizontalizada, com uma ideia de acompanhamento, encontrando um ponto de ajuda justamente na internet, que prega a ideia de compartilhamento.
De acordo com o sociólogo francês, no mundo do trabalho os jovens também têm dificuldade de se adequar aos sistemas verticais, por terem mais apego a questões ligadas à criatividade. Ele afirma, ainda, que futuramente as pessoas não terão uma função, mas sim um papel. Já no tocante à família, Maffesoli alega uma mudança em sua formação, decorrente das possibilidades de sexualidade.
Por fim, ao ser questionado sobre um possível conflito entre os jovens e os mais velhos, Michel Maffesoli diz não acreditar que vá haver um conflito tão intenso. Segundo ele, ”os mais velhos vão morrer, e os jovens vão dominar a sociedade e carregarão esses novos valores”.
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