O Globo, por Raphael Kapa
De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Lemann, denominada Projetos de Vida, o modelo atual de ensino no Brasil não prepara os jovens para a vida. O excesso de teoria somado a escassez de atividades práticas, não permite que habilidades sejam desenvolvidas. O sistema é criticado não só pelos alunos, mas, por especialistas, professores universitários, empregadores e ONGs.
Segundo a diretora de Políticas Educacionais da fundação, Carla Pereira, “a sociedade espera que os jovens sejam capazes de aplicar os conhecimentos aprendidos na escola em situações reais. Na universidade, professores esperam que os jovens consigam, por exemplo, articular suas opiniões e se expressar com clareza para defender um argumento em sala”.
A pesquisa foi realizada a partir de 126 entrevistas, envolvendo estudantes e profissionais relacionados. Os próprios alunos afirmaram que sentiram deficiências em suas formações. Os dados demonstraram que além da falta de preparação para o futuro, o ensino atual ainda utiliza métodos antiquados e inadequados.
Os jovens com boas notas no Enem, destacaram a falta de preparo das escolas. Afirmaram que as mesmas não preparam, não trazem autonomia e não permitem que o aluno descubra suas aptidões. Os estudantes buscam aulas mais dinâmicas, com exemplos práticos e professores que compartilhem experiências sobre o que acontece após a entrega do diploma.
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Karina Madruga, de 17 anos, foi uma das entrevistadas. Ela reclama da postura do seu antigo colégio, no qual tudo se resumia a testes e provas. Atualmente ela cursa o 2º ano do Ensino Médio, na Escola Estadual Chico Anysio, considerada uma unidade de referência no Rio, e revela “Já estudei em um colégio cujo único objetivo era ter uma boa nota na prova. Hoje, vejo que o colégio pode ser um lugar para o desenvolvimento de habilidades positivas como o trabalho em equipe, a iniciativa e a busca pelo conhecimento”.
De acordo com o levantamento as três principais dificuldades encontradas nos jovens são: a falta de entendimento de instruções, dificuldades para se expressar e medo de repreensão. Para os professores universitários e empregadores, o desenvolvimento dessas habilidades é fundamental.
Henrique Neto, chefe do Centro de Graduação da Fundação Getúlio Vargas, concorda com o diagnóstico da pesquisa, para ele “muitas vezes é dada para a universidade a responsabilidade de realfabetizar o aluno. A formação tem que pensar na autonomia, na resiliência, na ética”.
Mesmo com os vários problemas apontados, a solução tem um ponto inicial comum: um novo modelo educacional. Na prática, os autores da pesquisa veem na construção da Base Nacional Comum (BNC) uma matriz sobre o essencial a ser aprendido, uma oportunidade para que a escola deixe de ser alvo de críticas.
Leia o texto na íntegra aqui.
Fonte: O Globo
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